- Área: 100 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Luis Diaz Diaz
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Fabricantes: AllBIM, BATI PRO CARRELAGE, BETELEC, BRAYER, ETTEC, MUROSOLS, PRIVA'STORE, SEE LAUER
Descrição enviada pela equipe de projeto. Concluído em 2010, o Centro Pompidou de Metz projetado por Shigeru Ban rapidamente se tornou um ícone arquitetônico não apenas para a cidade de Metz, mas também para toda a região e até para o país. Dada o importante número de visitantes do museu e restaurante, a necessidade de mais espaço para acomodar mais pessoas no restaurante e no terraço logo se tornou evidente. No entanto, a ideia de intervir em um edifício existente não viria desacompanhada de implicações em relação à integridade arquitetônica - a intervenção iria de fato modificar a fachada e o volume da estrutura existente.
Como uma extensão de 100 m² poderia ser construída no Centro Pompidou de Metz? Apenas uma "pluma" se comparada ao ousado edifício colossal. Qual seria a melhor maneira de intervir numa obra de arte como esta, e qual posicionamento seria adotado?
Nossa resposta foi se destacar da arquitetura existente. Esta independência permanece, do nosso ponto de vista, como a melhor maneira de resolver os problemas de identidade entre arquitetura coexistentes. Nossa abordagem é precisa e elegante, em respeito ao trabalho de Shigeru Ban. O anexo respeita o seu patrimônio e caráter, enquanto proporciona significado e identidade específicos.
O volume é formado por um monólito de vidro, transparente e leve - radicalmente diferente do Museu em termos de vocabulário arquitetônico e escolha de materiais - como o uso da madeira, grandes formas brancas e esquadrias. As fachadas, abstratas e intangíveis, são materializadas pelas reflexões formadas nas formas transparentes. A cobertura parece não existir, com seus limites ocultos pelas esquadrias. Trinta e três painéis brancos formam uma envoltória escultórica em torno do compartimento. Esse novo ambiente permanece como objeto autônomo que parece evitar contato com seu ambiente. A integridade do museu é preservada a medida que a nova estrutura apenas é implantada em seu local - e pode ser facilmente removida, se um dia for preciso.
A atmosfera criada pela nova arquitetura é um microcosmo formado pelo terraço e seu entorno. Embora as linhas que formam a volumetria arquitetônica sejam simples e puras, escolhemos uma abordagem mais ousada quando se trata da escolha de materiais, três empresas de artesãos locais foram convidadas para trabalhar no projeto, em um esforço para conectar o edifício com a região de Lorraine.
Vidros e Cristais
Ao longo dos anos, a região de Lorraine tem se destacado pelo exímio trabalho com a arte de fabricação de vidros e cristais.
As fachadas do novo espaço são feitas de grandes volumes de vidro, alguns deles curvos e unidos por esquadrias metálicas por uma nuvem de pontos. A forma arredondada pode ser vista como um tributo à experiência na fabricação de vidros representada na região de Lorraine por Emile Gallé, Daum, Baccarat, Saint Louis e Meisenthal.
Cerâmica
De Lunéville à Saint Clément e Lonwy, a arte da fabricação de cerâmica, louças e terracota também representam um patrimônio importante na região de Lorraine. Em referência à esta tradição, os pisos desta nova extensão formam uma padronagem contínua perfeita que corre entre o terraço e o piso do restaurante.
Tecelagem
O desenvolvimento da indústria têxtil na região dos Vosges ao longo do século XIX e XX também foi explorada. Estivemos particularmente interessados nos padrões gerados pelas singularidades das técnicas de tecelagem, que fazem o tecido tão distintivo. Uma grande cortina branca envolve e abriga os espaços internos quando necessário, para evitar a luz solar direta e problemas relacionados a sobreaquecimento. Esta peça única de trabalho foi confeccionada nos ateliês da “maison Garnier Thiébaut” em Gerarmer, nas Região dos Vosges. O tecido branco releva sutilmente sua padronagem geométrica e quase imperceptível apenas em certos ângulos, através de estados diferentes de brilho das linhas brancas.
Através destes três tipos diferentes de superfícies - vidro, piso e tecidos - os três ofícios tradicionais de Lorraine se encontram unidos e confrontados pela matriz da padronagem geográfica contemporânea criada em colaboração com o designer gráfico Morgan Fortems.